sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Feira do Livro




A Boina continuou o seu percurso de exploração dos Jardins do Palácio de Cristal. Uma tarde de setembro no seu paraíso, descobriu outra coisa muito interessante para si: a Feira do Livro. Imediatamente os pés levaram-na para ver os livros nas várias barracas colocadas na ala direita do complexo. Cada barraca possuiu o nome da editora e imensas obras presentadas aos olhos dos clientes. Os preços razoáveis e a grande escolha dos títulos atraíram os portuenses e os visitantes, especialmente no último fim de semana do evento. Havia todo o tipo de livros: clássicos portugueses, clássicos da literatura mundial, literatura infantil, romances policiais, guias, mesmo tudo o que alguém quiser. 


Porém, não só os livros novinhos encontraram a sua casa. Graças aos alfarrabistas os livros gastados e cheios de pó ganharam a sua segunda vida . Quem resistiria a tentação de comprar um livro por 1 euro? E ainda um bom livro? Pois. A Boina com certeza não perdeu esta oportunidade. 



A Boina ganhou o costume de visitar as barracas à tarde. Não procurava nada de especial, sabia que os livros adequados iam encontrá-la, iam pegar-se na sua mente até terem chegado com ela no quarto. Uma tarde, a Boina ficou muito surpreendida por ver alguns livros dos autores polacos. Econtrou os livros de Henryk Sienkiewicz, Andrzej Sapkowski, Witold Gombrowicz e ... Stanislaw Dziwisz. Poucos, mas pelos menos apareceu esta pequena manifestação da literatura polaca.




A Feira do Livro na cidade do Porto decorreu entre os dias 4 e 20 de setembro. O programa do evento foi muito vasto. Os encontros com os autores, a leitura em voz alta dos livros, o speaker´s corner, as peças teatrais para as crianças: foram umas das muitas diversões oferecidas ao público nos Jardins de Palácio de Cristal. A próxima edição chegará dentro de um ano!

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Jardins do Palácio de Cristal



A Boina nunca imaginou que ia encontrar o seu paraíso na terra. Nem sequer pensou que este paraíso ficava no Porto, a 10 minutos a pé do lugar onde morava. Lugar no centro da cidade, que por fora está rodeado com os prédios e a cerca. Quando entrou pelo portão grande ainda não sabia que ia passar muitos dias lá dentro estudando, pensando ou simplesmente paseando. O espaço atrás do portão ainda não foi tão impressionante. O jardim com muitos bancos, fonte no centro, o Pavilhão Rosa Mota no fundo. Tudo simétrico, verde e limpo. Já teve o seu encanto. Porém, o paraíso verdadeiro ficava lá no fundo, atrás do pavilhão.  




  
Este lugar maravilhoso, do projeto de Emílio David, paisagista alemão, possui vários jardins temáticos diferentes, que estão colocados nos níveis de terra distintos também. 


É um lugar tranquilo, perfeito para desfrutar do contacto com a natureza. As famílias de pavões reais que moram lá garantem muito entretenimento para os turistas e os portuenses, dado que gostam de ficar perto dos homens e mostrar a sua beleza ou ainda os seus filhos. Pois não há nada mais interessante para eles do que posar para as fotos. 




Contudo, são as vistas inesquecíveis do Porto, Vila Nova de Gaia e do Douro que atraem mais pessoas. 



Longe dos carros e ciclistas as pessoas podem sentar-se no banco ou na relva e observar os barcos que lentamente navegam no rio. 



O único problema é que o tempo voa muito rápido lá. Demasiado rápido.


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O primeiro dia



Encontrar o apartamento no Porto resultou fácil, mas o processo que demorou mais ou menos um mês com certeza causou muito stress para a Boina. Primeiro, porque estava a olhar as páginas no Facebook onde ofereceram os apartamentos. Centenas dos estudantes Erasmus deixavam os anúncios, nos quais procuravam o quarto. A maior parte deles foram os polacos. Porém, a Boina teve uma vantagem: ela sabia falar português. E também não tinha as expectativas muito grandes. Sendo uma pessoa flexível e não muito exigente procurava só o lugar debaixo do tecto, com ligação à Internet, no preço razoável e bastante perto do centro da cidade.


Um dia antes de vir para o Porto começou a ligar os anunciantes e marcar os encontros para ver os apartamentos. A parte dos anúncios já resultou inativos, nos outros a preferência foi a menina do primeiro ano de licenciatura e com certeza não estudante internacional. Mas a questão mais importante para muitos foi o período de aluguer: não queriam arrendar o quarto para somente um semestre.  Conseguiu marcar uns encontros e decidiu arrendar um quarto no mesmo dia. E assim terminou numa casa portuguesa...


Foi uma das melhores opções sobre a qual nem pensava. Começou a viver rodeada da pura cultura portuguesa, conhecendo-a cada dia melhor. Os costumes, a cozinha, a língua e ainda os móveis! Tão distintos dos que têm na Polónia. E não se fala apenas da secretária gigante de 2m que a impressionou e deixou boquiaberto! A guarda-roupa, a cama ou a mesa de cabeceira representam o estilo de outra epoca. Em toda a casa pode sentir-se a alma do lar e do passado, especialmente graças às fotografias da família. É provavel que para o ordinário estudante Erasmus não fosse uma ideia ideal, mas para a Boina resultou ser boa.
 




Depois de um mês já pode afirmar que aprendeu muitas coisas, não só do vocabulário ou da pronúncia, mas também da realidade portuguesa. Basta dizer que na casa vivem os Portistas. E claro, são portuenses! Vamos ver se a Boina vai se tornar uma portuense também algum dia.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A chegada



O dia era muito quente, sem dúvida nenhuma. Para a Boina Preta começou muito cedo, porque acordou às 5 de manhã. Sabia que outra página da sua vida ia encher-se de histórias novas, momentos incríveis e desafios desconhecidos. Já deu o primeiro passo e faltava só o segundo. Esteve no Portugal há 4 dias e veio o momento de chegar finalmente ao destino.  
Com o nó na garganta saiu com uma mala grande na direção de Alameda. Suportou as escadas, entrou no metro e deslocou-se à Estação do Oriente. Da plataforma com a linha número 5 podia observar o amanhecer. Quando o IC entrou, subiu no vagão adequado e tinha de enfrentar-se com o problema muito grande: como colocar rapidamente uma mala tão grande na prateleira tão estreita. Lutava e lutava com a mala até um jovem ter decidido ajudar-lhe. Durante todo o caminho no comboio pensava sobre a vida, as pessoas que deixou lá, na Polónia. Porém, sentia que a decisão que tinha tomado há muito tempo era boa. Tinha de ser. 
O comboiu entrou na estação em Vila Nova de Gaia. O seu coração deu um salto. «Já quase estamos» pensou. Viu o Rio Douro e uma das pontes, as casas muito velhas e o resto da cidade. «Que bonita!», apareceu na sua cabeça. Conseguiu remover a mala sem danificar aos outros e saiu do comboio na Estação de Campanhã. 
Foi o dia 7 de setembro de 2015 e assim começou a sua aventura na cidade das pontes, isto é, no Porto!